CANTOR E COMPOSITOR

Funk Brazuca na area!!!

27-05-2011 12:39

 

 

Funk Brazuca na area!!!

abril 7, 2007 fhenso 3 comentários
 

Funk Brazuca na area!!!

 

Soul Brasileiro

O termo soul music (“música da alma”) surgiu nos EUA para designar um tipo de música profundamente influenciada pelo gospel cantado pela comunidade negra norte-americana. Apesar de sua origem religiosa, o gênero é markcado por apresentar um ritmo bastante sensual, tanto na interpretação como no modo de ser dançado. Com o surgimento de gravadoras como a Motown que, entre outros, revelou Diana Ross, e de artistas como Aretha Franklin, Marvin Gaye e James Brown, o gênero se popularizou nos EUA e no mundo. No Brasil, sua influência começou a ser notada no início dos anos 70, graças aos DJs Big Boy e Ademir Lemos que, através dos seus programas de rádio e dos “Bailes da Pesada” – organizados na cervejaria carioca Canecão – , passaram a unir a grupos de rock artistas como Wilson Picket e grupos como Kool & The Gang. Contudo, quando a casa resolveu se especializar em artistas da MPB, o baile passou para clubes dos subúrbios cariocas, onde a penetração da soul music e do funk era maior. Em meados da mesma década, foi formada a equipe Soul Grand Prix, embrião de equipes hoje famosas como a Furacão 2000, que começou a lotar as quadras dos clubes e gerou o que se convencionou chamar de era de ouro dos bailes black. Essa penetração social, principalmente em camadas da população negra que se identificavam com a postura ‘black power’ dos artistas norte-americanos de funk, logo resultaria no Movimento Black Rio. Daí surgiram nomes importantes como Cassiano e seu grupo Os Diagonais, Gerson King Combo, Tony e Frank, Banda Black Rio, Carlos

Dafé, Tony Tornado, Sandra de Sá e Dom Mita. Porém, sem dúvida, o maior nome do soul brasileiro a despontar na década de 70 foi Tim Maia. Quando voltou dos Estados Unidos, depois de ser deportado por porte de maconha, trouxe na sua bagagem um vasto conhecimento sobre o que estava acontecendo na música negra norte-americana. Contudo, só conseguiria mostrar o seu trabalho a partir do final dos anos 60 e início dos 70. Seguindo seus passos, Sandra Sá (que anteriormente havia sido cantora da Banda Black Rio) e Ed Motta foram os principais nomes dos anos 80. No final dessa década, a música negra brasileira, sob influência da música norte-americana, começou a adotar estilos como o hip hop e rap, marcados pela bateria eletrônica, pelo modo de cantar falado e com forte crítica social quanto às condições da comunidade negra. Nomes como Run DMC e Afrika Bambaataa & The Soul Sonic Force faziam sucesso nos bailes funk. Nessa época, também surgiu o que se convencionou chamar de “charm”, uma variação romântica, menos agressiva e contestadora do que o rap e o hip hop. Dessa forma, na década de 90, a maioria dos artistas brasileiros influenciados pela música negra norte-americana seguia um estilo ou outro. Em 1989, DJ Malboro lança “Funk Brasil nº 1″, o primeiro disco em que os Mc’s (DJs ou Mestres-de-Cerimônia) cantam raps em português. Se até então esses estilos estavam mais restritos às comunidades negras dos subúrbios e favelas, a partir de 1992 ganharam uma surpreendente visibilidade na mídia. Isso se deveu aos incidentes ocorridos em 18 de outubro do mesmo ano, na praia de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, depois de um arrastão provocado por supostos “funkeiros”. A partir desse momento, a sociedade passou a associar o funk à marginalidade organizada das favelas cariocas. Todavia, em São Paulo, o surgimento dos Racionais MCs e outras bandas de rap, cujas letras retratavam a violência do cotidiano das comunidades pobres da Zona Sul da cidade, além de selos independentes especializados no gênero, como o Zimbabwe Records, acabaram formando um público fiel e numeroso, que deixou de ser restrito às comunidades carentes nas quais surgiram. Enquanto isso, em 1995, no Rio de Janeiro, a moda entre a juventude carioca da Zona Sul era subir a favela para participar dos bailes funk da comunidade. Especialmente o Baile da Paz, realizado no morro do Chapéu Mangueira, localizado no Leme. No mesmo ano, o baile foi fechado pela Operação Rio, executada pelas polícias militar e civil em várias favelas da cidade. No ano seguinte, o funk mais melodioso e de temática romântica da dupla Claudinho & Buchecha rompe com o preconceito das FMs em relação a este gênero e torna-se hit nacional. O bordão “Ah! Eu tô maluco” passou a ser cantado por torcidas de futebol em todo o Brasil. Por outro lado, a formação de galeras, réplica brasileira das gangues norte-americanas, e a crescente radicalização das letras de MCs como Júnior e Leonardo, com “Rap das armas”, e Duda e William, com “Rap do Borel”, resultaram na detenção dos últimos e na investigação de autoridades sobre o envolvimento dos organizadores de bailes com traficantes. Em 1999, Rômulo Costa, dono da Furacão 2000, foi preso por exploração de pornografia infantil, incitação à violência e ocultação de mortes. Apoiado por funkeiros que protestaram contra a sua prisão, foi liberado após um habeas-corpus. Atualmente, o gênero segue duas vertentes bem definidas: a primeira, oriunda do “charm”, também chamada de ‘funk melody’, mais comercial e adaptada às exigências do mercado fonográfico e, a segunda, envolvida com as circunstâncias e modo de vida de comunidades carentes. Como exemplo da primeira vertente, são citados Latino, Claudinho (falecido em acidente de carro em 2002) & Buchecha e Copacabana Beat; da segunda, os Racionais, Câmbio Negro, Criminal D & Gangue de Rua, entre outros. Outro aspecto importante, foi a adesão de roqueiros e

artistas brancos ao gênero na década de 90. Fernanda Abreu, que começou a carreira na banda pop-rock Blitz, quando se lançou em carreira solo, adotou o estilo funk-disco music com grande sucesso. Grupos de rock como o Rappa, Boato e Planet Hemp mesclaram as guitarras distorcidas do rock à batida eletrônica do rap e também adotaram o modo falado de se cantar. Pode-se afirmar que, ao lado do rock e do jazz, a soul music é uma das principais influências da música norte-americana na MPB. Em termos de bibliografia crítica, o assunto foi pouco estudado. Existem dois trabalhos relevantes nessa área: o do antropólogo Hermano Vianna, “O mundo funk carioca”; e o do professor de Cultura Brasileira da Escola de Comunicação da UFRJ, Micael Herschmann, “O fuD MOTTAnk e o hip hop invadem a cena”. Em 1999, estimou-se que, só na cidade do Rio de Janeiro, os bailes geraram 20 mil empregos e movimentaram R$ 10,6 milhões. Entre os anos 1999 e 2001surgiram diversos grupos e artistas ligados à recuperação do movimento black, seja ele o carioca ou o paulista. Entre os mais importantes estão: Serginho Meriti, Marko Andrade, Carlinhos Trumpete, Artigo 86, Banda Clave do Soul, Lúcio Sherman, Seu Jorge (RJ) e banda Funk Como Le Gusta, Skova (SP). No ano de 2002, outros artistas foram recuperados para a grande midia, sejam lançando novos discos, como é o caso de Lady Zu e Gerson King Combo, ou apenas se apresentando em shows como Cassiano e Paulo Zdan entre muitos outros em todo o país.

 

Fonte ICCA

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Carlos Dafé, Cassiano e mais Tim Maia aqui

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